publicado em 16/11/2011
Por NOP/ Comunicação FPA
Apresentação
A pesquisa Indígenas no Brasil: Demandas dos povos e percepções da opinião pública mostra um retrato idealizado dos povos indígenas por parte da maioria dos/as brasileiros/as: baixo conhecimento sobre a realidade dos povos indígenas, sobre seus principais problemas e conflitos, sobre seus direitos e ameaças às terras indígenas. Traz ainda as percepções dos índios que vivem nas cidades em relação a temas como intolerância, preconceito e discriminação.
A Fundação Perseu Abramo, em parceria com a fundação alemã Rosa Luxemburg Stiftung, realizou em 2010 e 2011 uma pesquisa sobre indígenas no Brasil, em três módulos: ouviu 52 lideranças indígenas, aferiu a opinião pública nacional, com 2006 entrevistas distribuídas em todo o país, e ainda 400 índios não-aldeados, ou em aldeias em periferias urbanas. O primeiro módulo, qualitativo, será publicado em livro em 2012, o segundo e o terceiro estão sendo divulgados aqui. Para acessar os dados existem dois caminhos: 1) clicar nos títulos dos módulos abaixo ou 2) acessar estes módulos no quadro ao lado esquerdo desta tela.
Realização
Fundação Perseu Abramo
Rosa Luxemburgo Stiftung
- Quase metade dos indígenas urbanos (45%) já se sentiu discriminado devido à sua raça, cor ou etnia. Entre a população nacional a discriminação atinge 11%. 30% dos indígenas afirmam que este é um comportamento recorrente (18% de vez em quando, 6% quase sempre e 6% sempre); entre a população nacional 4%, 1% e 1%, (respectivamente).
- Comportamentos discriminatórios é o que mais afeta os indígenas (58%) tais como aversão ou ridicularização (17%), recusa ao atendimentos em hospitais, órgãos públicos, comércio (11%), recusa ao contato social – lugar de índio é na aldeia (9%); devido à cultura – língua, pinturas (7%) e recusa ao contato físico – não querer ficar perto (4%).
- A discriminação verbal foi mencionada por 44% dos indígenas, chamados de índio pejorativamente ou associados a sujeira, falta de banho (13% e 7%, respectivamente), além de incapacidade, alcoolismo, relaxo, selvageria e canibalismo, mencionados por, no máximo, 3%.
- Dúvidas quanto a etnia e preguiça em relação ao trabalho foram mencionados por 7%, ambos.
- Como principais agentes da discriminação, os brancos ou crianças brancas são mencionados por 22% dos indígenas e colegas em sala de aula por 16%, taxa que se repete na população em geral. Desconhecidos foram mencionados por 14% entre a população e 12% entre os indígenas.
- De modo genérico, citam o local, como cidade em que ocorreu (32%) ao especificarem melhor o local, a escola é onde predomina (19% de menções entre a população e 17% entre os indígenas). C
- As ocorrências de discriminação são recentes, um terço dos indígenas disse que ocorreu há menos de um ano e 21% da população em geral percebem a mesma freqüência.
- Aproximadamente 2 em cada 10 indígenas que moram nas cidades já se envolveram em alguma situação com a polícia (18%) e 4% receberam tratamento diferenciado por serem indígenas, tratamento este mais identificado a ofensa, maus tratos e discriminação e não a direitos diferenciados, o que era o objetivo da questão. 8% dos indígenas receberam algum tipo de ajuda para resolverem o problema, sendo a ajuda da FUNAI a de maior destaque, 4%.
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