Joao W Nery
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João W. Nery (Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 1950) é escritor. Nasceu e viveu até os 27 anos com um corpo de anatomia feminina. Formou-se em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ em 1973 e lecionou em três universidades (Gama Filho, Hélio Alonso e Celso Lisboa),além de ter mantido um consultório de psicoterapia. Aos 37 anos assumiu a paternidade de seu filho não biológico com a sua segunda mulher. Hoje o filho está com 24 anos, formado em Engenharia Mecânica e trabalhando na Petrobrás.
A Experiência da Transexualidade Masculina
Em 1976 frequentou o núcleo liderado pelo Dr. Cesar Nahoum (andrologista) ao qual se submeteu a vários testes e exames, obtendo o laudo de transexual masculino (FTM). Em 1977 se submeteu à uma mastectomia, a uma histerectomia e a uma hormonoterapia (testosterona). É considerado o primeiro transexual homem operado no Brasil [1]. Seu cirurgião foi o Dr. Roberto Farina em São Paulo [2].
Obra Literária
É autor de dois livros auto-biográficos. O primeiro, "Erro de Pessoa - Joana ou João", foi lançado em 1984 pela editora Record[3] em que começa a discutir no Brasil as especificidades da transexualidade masculina, como aponta o excerto do texto abaixo:
“ | Eu, porém, entrava em pânico quando mamãe nos carregava para a costureira. Relutava, e a única coisa que conseguia reivindicar era que, pelo menos, o vestido tivesse gravata e bolsos. | ” |
O segundo, "Viagem Solitária - Memórias de um Transexual 30 anos depois", foi publicado pela editora Leya em 2011[4] e representa uma auto-biografia do autor, em que ele pôde repensar vários aspectos de sua vida, olhando para o passado, como nos mostra o trecho abaixo:
“ | Devido a esta absurda defasagem entre minha autoimagem e a que faziam de mim, descobri, quase que instintivamente, que na fantasia estaria a gratificação de ser reconhecido. Considero essa solução a balsa salva-vidas com a qual consegui sobreviver a tantos desencontros. Delineadas pelas minhas necessidades vitais, moldei-a de uma forma que podia adaptá-la à realidade. |
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