segunda-feira, 2 de julho de 2012

Entrevista Fernando Mineiro - Deputado estadual

Política  -  Edição de domingo, 1 de julho de 2012 - Entrevista Fernando Mineiro - Deputado Estadual

"Acho que deveria ter assepsia na política toda"

A cultura do "imediatismo administrativo" é um dos graves problemas de Natal porque os gestores sempre pensam na próxima eleição. Quem pensa assim é o deputado estadual Fernando Mineiro, que deu uma entrevista exclusiva a O Poti/Diário de Natal. Ele teve a sua candidatura a prefeito de Natal homologada no último domingo pelo Partido dos Trabalhadores, numa chapa "puro sangue", que tem na vice o professor e empresário Carlos Alberto. Mas por que Micarla não seu certo? Segundo o candidato, "por incompetência, inexperiência política, ter um projeto que não contemplava os interesses da população", mas, de acordo com o candidato, "os responsáveis pela Micarla estão querendo tirar sua responsabilidade sobre essa tragédia. Mas, acho que têm responsabilidade. O DEM e PSDB foram os principais aliados, que são do grupo que governa o estado." Sobre a Operação Assepsia deflagrada pelo Ministério Público esta semana em algumas secretarias do município, Fernando Mineiro foi incisivo: "Eu acho que deveria ter assepsia napolítica toda. Isso que está acontecendo na Saúde é uma terceirização sem nenhum critério, um jogo de cartas marcadas. É tratar a coisa pública como se fosse um botim para beneficiar A ou B."

Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press.
Deputado, o seu nome já foi homologado pela convenção do partido. Quando é que a campanha vai pra rua?

Bom, vai pra rua formalmente a partir do dia 7 de julho, quando é o prazo que a legislação permite iniciar a campanha. A convenção encerrou uma fase, que é a fase mais interna, não só do PT, mas de todos os partidos.

Como é que o senhor pretende levar a campanha para as ruas? Que discurso vai apresentar, hoje, ao público?

Nós vamos buscar dialogar com a sociedade sobre a necessidade de mudanças. Hoje a população de Natal sinaliza para mudanças em nossa cidade, e nós vamos então dialogar a necessidade de mudanças não só para negar o que está, hoje, acontecendo, mas também para negar a volta ao passado. Nós vamos convidar a cidade a fazer um debate, um diálogo sobre seus problemas, sobre as soluções para cada um desses problemas e chamar a atenção de que Natal merece mais do que voltar ao passado, Natal merece andarcom um projeto que vislumbre transformações para o presente e para o futuro.

Que tipo de mudança o senhor, se eleito, pretende fazer?

Primeiro, mudança na gestão, na forma de gestão da nossa cidade; nós entendemos que Natal precisa modernizar a sua gestão. A cidade se transformou muito nos últimos 10 anos, a cidade se modernizou em vários aspectos mas não em termos de gestão pública. Os métodos de gestão de Natal, hoje, são os de 20, 25 anos ainda, persiste uma velha prática administrativa. Então precisamos mudar essa gestão. Vamos dialogar com a sociedade basicamente a partir de cinco eixos como nós estamos dizendo: a discussão da política urbana, a questão ambiental e da região metropolitana, dialogar sobre a necessidade além de responder os problemas imediatos, pensar as questões mais estruturantes da cidade e com um olhar metropolitano. Grande parte dos problemas da nossa cidade não têm solução se não tiver uma ação, de Natal, de uma forma proativa em relação aos demais municípios da região metropolitana.

E os outros eixos?

A segunda questão de pensar nas políticas sociais como direito da população, incluindo aí o leque de ações sociais que vai de saúde à segurança, da cultura à assistência social passando pela de juventude, das questões do idoso, das questões da mulher, das questões da minoria, enfim o leque dos direitos sociais. A questão do desenvolvimento da cidade. A administração pública de Natal não pauta a questão do desenvolvimento, não entra na agenda do desenvolvimento então é necessário pensar a questão do turismo como uma ação estruturante da questão do desenvolvimento, é preciso ir além de que ter só uma relação com o turismo. Também a questão da micro e pequena empresa. Grande parte, 98% das empresas de Natal são micro e pequenas e é preciso, então, ter uma ação proativa por questão de incentivo, de formalização, de qualificação, de fazer parcerias com esse setor. A questão das compras governamentais é fundamental, acho que Natal é uma das poucas capitais do Brasil que ainda não tem uma ação efetiva nas compras governamentais, articulando compras com o desenvolvimento. O senhor acha que a atual gestão é inchada no que se refere ao número de secretarias, de pessoal?

Nós vamos reformatar, reestruturar a administração. Não temos ainda detalhes de como será mas é preciso, nós temos muitas secretarias que interagem na mesma área. Vamos pegar a questão da infraestrutura, por exemplo: você pega secretaria de obras, secretaria de serviços urbanos, secretaria de meio ambiente, a agência de saneamento de Natal, a Urbana então todas essas secretarias têm interligações, têm interfaces na suas ações e você não tem uma articulação, por exemplo, pra fazer planejamento conjunto nessas áreas. Você pega, por exemplo, a questão da cultura que pode ter um grande interface com a educação, com o turismo mas também não tem um planejamento nessa questão. Então antes de pensar na formatação nós estamos pensando em métodos: métodos de gestão, métodos de trabalho que possam incorporar e potencializar as ações dos órgãos administrativos. Então essa é uma questão fundamental. Então além desses 4 eixos: a questão do uso do solo, questão metropolitana, desenvolvimento social, econômico e administrativo nós estamos elencando o que nós estamos chamando de projetos estruturantes. Nós estamos levantando uma série de projetos que são fundamentais que nós achamos, é preciso pensar um plano de desenvolvimento integrado da Zona Norte, específica para aquela região. A Zona Norte é uma região que tem mais de 1/3 da população de Natal, é a que mais cresceu, é uma área rentável, no entanto não tem uma preocupação, uma articulação de pensar aquela área, desde a questão da mobilidade urbana, da questão da drenagem, da questão do saneamento, porque o saneamento a titularidade é municipal, está com a Caern mas foi o município que autorizou a titularidade, então é uma questão fundamental. A questão do Alecrim, por exemplo o comércio do Alecrim: nós achamos que a administração municipal tem um papel decisivo na questão do Alecrim.

O Alecrim tem segmentos organizados que reclamam a falta de ação e olhar do poder público.

Mas ali é que onde a grande maioria do povo vai. Então a questão da acessibilidade naquela área, organizar o comércio informal, buscar formalizá-lo, a questão das calçadas, então é fundamental, é uma área decisiva, acho que um impacto no Alecrim e toda cidade. A questão da orla, a orla de Natal é uma orla pequena, vai de Ponta Negra a Redinha, a parte que nos pertence da orla.

E para resolver o problema de Ponta Negra, o que o senhor sugere?

É preciso pensar não só na orla como um todo, é preciso pensar em projetos de médio e longo prazo estruturantes, por exemplo. A questão do calçadão, se você não tiver uma intervenção na orla como um todo, de uma maneira mais qualificada, com estudos geológicos, com movimentação das dunas, da areia, você terá sempre a administração correndo atrás do calçadão caído.

Existe dinheiro pra isso, para um projeto desses?

De uma vez para todos, não mas existe para a Prefeitura começar. Existe recurso, hoje, tanto no governo federal para estrutura, existem várias cidades no Brasil que têm feito aplicação de recursos dirigidos para sua estrutura. Se a gente não enfrentar esse problema da orla nós teremos graves problemas, já estamos tendo graves problemas e vão se agravar ainda adiante, daqui a 10, 15 anos.

Para o senhor, o problema da orla é ambiental, é turístico, é econômico? Qual é a característica?

São todas as questões. É questão de sustentabilidade da cidade, tem toda uma relação. Eu acho que é preciso pensar projetos porque se você não dá conta em uma gestão mas ele tem que ser iniciado. Há anos, por exemplo, que eu falo na questão do saneamento, aí quando a gente falava no volume de recursos para o saneamento em Natal as pessoas diziam: mas tem recursos para isso? E eu dizia que é preciso começar. Hoje você tem recurso disponível o que não tem é projeto. Então, primeiro é preciso ter projeto para poder trabalhar isso. Bom, então essas são algumas. E outros projetos especiais que nós estamos elencando. A questão da mobilidade urbana da cidade, não é? Além de pensar a questão de corredores exclusivos para ônibus, para ser uma coisa efetiva, nós temos que pensar em transporte de massa, não é? Nós temos que pensar em ônibus articulados além de corredor, nós temos que pensar a questão do VLT e garantir ter criatividade, ter iniciativa para organizar esse trânsito. Então tem vários projetos: a questão do centro da cidade Natal, é uma referência muito importante na questão da Cidade, da Ribeira e não tem ação proativa do município. Então são alguns projetos que a gente pensa e com esse diálogo, pautando esse debate nós achamos que possamos sim envolver a população.

Qual é pior problema que o senhor considera de Natal, hoje?

Sabe quando as pessoas lhe perguntam: diga um problema? Eu acho que reduz muito o debate da cidade, é difícil achar um problema (...) é difícil você dizerqual é o maior, mas eu arrisco dizer que um grave problema nosso é a cultura do "imediatismo administrativo", ou seja, as gestões pensarem só na próxima eleição, no próximo ano e tal. Eu acho que a gente precisa ter uma administração que consiga ter uma meta que ao tempo que responde às questões imediatas pense de uma maneira mais estruturante a nossa cidade, entendeu? Eu tenho me debruçado muito sobre essa questão da cidade, da cidade como um todo. Você tem o Rio Potengi e a cidade vive de costas para o rio, você nunca teve gestões que pensassem - acho que foi Silvio Pedroza que fez a beira-rio, Então se você perguntar pra mim qual o principal problema eu vou dizer: ele está mais no âmbito administrativo, marcado pelo imediatismo. A visão sobre a cidade é que pode resolver os problemas, que pode enfrentar os problemas. Lógico que no geral a saúde é o principal problema da nossa cidade e, olha que interessante: era também na gestão passada, era também nas outras gestões, ou seja, o que aconteceu agora piorou o que era ruim, piorou o que não funcionava. Lembrar que na eleição passada o grande debate na televisão foi sobre a saúde porque já era ruim. Então a população, de certa forma, votou no que está aí renegando o que era, o que tinha, o que existia e esse problema está aí.

O senhor disse que a população votou na atual gestão renegando um projeto que existia antes e por que agora esse projeto anterior aparece tão forte nas pesquisas?

Porque é o senso comum, a mesma coisa aconteceu, também, em 96. Você há de se lembrar que a população, em 96, tinha uma avaliação muito ruim da gestão de Aldo Tinoco, e que na eleição de 96 aconteceu? Voltou a Wilma. Então o senso comum, não é? O mais fácil é isso, o mais cômodo é você voltar ao passado mesmo que aquele passado você já o tenha negado. Então o desafio, a aposta que eu faço, a minha disposição é debater isso com a cidade: negar o presente para avançar e não para voltar ao passado. Esse é o debate que nós vamos fazer.

O senhor se acha preparado para isso?




Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Eu me acho preparado, não no sentido de ter superpoderes, eu me acho preparado, me acho conhecedor da cidade de Natal, me acho conhecedor dos problemas da cidade e temos uma rede de pessoas militantes ou não, filiadas ou não que têm preocupações com a cidade. Me acho preparado para coordenar esse processo, me acho preparado para dialogar com o governo federal em projetos estruturantes. Eu acho que Natal está perdendo uma grande oportunidade, todas as cidades brasileiras, médias cidades principalmente, têm feito grandes diálogos, grandes ações em parceria com o governo federal. Natal está perdendo essa oportunidade porque não tem sequer projetos. Nós vamos instaurar, junto ao gabinete do prefeito, um grupo executivo de projeto para pensar projetos estruturantes para a cidade, para pensar projetos a médio prazo, para buscar financiamentos, pra dialogar sobre essa questão da estrutura da nossa cidade.

Iniciada a propaganda eleitoral, o senhor vai ter quanto tempo de televisão?

Três minutos e meio.

O senhor achaque esse tempo é suficiente para levar o seu recado aos eleitores? Porque o senhor é muito conhecido na classe média, na universidade. O senhor acha que o seu recado já conseguiu chegar ao grande público?

Eu acho que eu não sou uma pessoa conhecida da população. É a mesma situação dos demais candidatos tirando, evidentemente, o que está à frente. Todos nós mantemos o mesmo grau de conhecimento, que é baixo. Então nós vamos estar ali nivelados porque não tem o conhecimento da população, a pesquisa tem mostrado isso. Mas é o espaço que nós vamos ter pra dialogar. Então aqueles que tiverem oportunidade de acompanhar esse debate, que mostrar interesse, eu tenho certeza que vão optar por essas ideias, por essas propostas que estamos lançando. (...) dizer de ante-mão se vai ter tempo ou não de chegar, o processo eleitoral está muito frio ainda, a grande maioria da população não se interessou pelo processo eleitoral ainda, isso é fato. Se interessará a partir dos programas de televisão, vamos ter um quadro mais definido.

São três meses até a eleição. É tempo suficiente para reverter esse quadro que está se mostrando até o momento?

Eu acho que sim. Eu acho que o quadro não está claro, até porque pesquisas qualitativas mostram que a população tem esse senso comum, digamos assim, de volta ao passado mas tem também uma expectativa do que virá. Então, as pesquisas mostram isso, acho que é um tempo curto mas é uma porta, por isso eu penso que o debate é muito duro, muito difícil mas estamos muito decididos sobre isso, não é impossível. Nós já temos vários casos no Brasil de cidades que aconteceram situações semelhantes. A eleição, por exemplo, para governador, aqui já mostrou várias situações.

O senhor é um político que é bem conceituado na sociedade. A que que se deve esse índice de rejeição ao seu nome?

Não tem índice de rejeição. Índice de rejeição no meu nome é de 4 a 5%. A que índice você se refere?

O senhor não tem penetração nas classes populares.

Uma coisa é desconhecimento outra coisa é rejeição. A rejeiçãoque as pesquisas me indicam aí é de 4% a 5%. Uma coisa é desconhecimento, as pessoas desconhecem e é normal isso, é natural que seja mais conhecido quem teve mandato no executivo e isso em todo o Brasil, não é só aqui. Todos os candidatos, todos os políticos que não têm mandato no executivo, que não disputaram eleição majoritária não são conhecidos de toda população.

Mas o senhor sempre esteve à frente dos grandes movimentos aqui da capital.

Que são acompanhados por pouca gente. A gente se engana achando que a gente é conhecido por todo mundo. Pra você ter uma ideia, a média de nosso conhecimento é de 20% a 25% quando você pergunta: você conhece bem o deputado Fernando Mineiro? 20% a 25%, que não varia dos demais que não tiverem disputado uma majoritária, olha que interessante. São dados. Não é rejeição, é desconhecimento. À medida que as pessoas vão conhecendo elas vão optando para uma proposta, para um projeto, uma forma do debate chamar à reflexão. Eu acho que esse momento, o encontro eleitoral é uma grande oportunidade pra Natal não errar novamente, não é? A cidade, hoje, é muito marcada pelas escolhas, que são democráticas mas muito dolorosamente marcada pelas escolhas erradas, então acho um momento propício fazer um debate mais qualificado sobre a cidade.

Dilma e Lula vêm pro seu palanque?

Dilma e Lula estão no meu palanque porque são do PT. Acho que nem Dilma nem Lula vão para palanques de outras cidades tanto porque tem disputa entre partidos da base como também tem cidades muito maiores. Então deve repetir aquele padrão de 2008 que Lula foi em uma ou outra cidade. Eles estão no meu palanque. O palanque é o palanque eletrônico, hoje não tem aquele palanque fixo. Eles estão no meu palanque porque são do PT, aliás, nós somos o único candidato que tem afinidade com ele.

O senhor acha que tem condições de levar a eleição para o segundo turno?

Aposto nisso. Existe uma tentativa de mostrar, no senso comum, passar a ideia de que está resolvido. Mas acho que o processo eleitoral vai mobilizar as pessoas, que estão mais reflexivas. Acho que as pessoas vão observar os projetos que existem para Natal.

Por que Micarla não deu certo?

Por incompetência, inexperiência política, ter um projeto que não contemplava os interesses da população. Os responsáveis pela Micarla estão querendo tirar sua responsabilidade sobre essa tragédia. Mas, acho que têm responsabilidade. O DEM e PSDB foram os principais aliados, que são do grupo que governa o estado. Tem também outros apoios que hoje estão com outros candidatos, como o PR. Todos eles somaram. Micarla talvez seja o maior exemplo de envolver a sociedade em uma grande encenação. Ela fingiu muito para esconder essa incapacidade política.

O senhor considera que a incapacidade política da prefeita gerou a Operação Assepsia?

Eu acho que deveria ter assepsia na política toda. Isso que está acontecendo na Saúde é uma terceirização sem nenhum critério, um jogo de cartas marcadas. É tratar a coisa pública como se fosse um botim para beneficiar A ou B. Isso é reflexo não de incapacidade, mas de concepção, que é favorecer o privado, interesses particulares, em detrimento do público. Espero que no dia 7 de outubro o povo faça uma grande assepsia.

O senhor não vê o fato de o partido não ter conseguido legendas para somar em torno do seu nome como uma rejeição à sua candidatura?

Eu acho mais difícil. O mais fácil e o mais cômodo seria fazer uma aliança. Seria engrossar esse processo. Escolhemos o caminho mais difícil. Seria mais cômodo fazer aliança com A, B ou C, negociar apoios para 2014, mas fizemos uma reflexão profunda sobre isso. Optar pelo mais cômodo ou ter ousadia para discutir com a cidade aquilo que acredito que se deve discutir.

O senhor não vê isso como arrogância?

Não. Seria se não tivéssemos tentado fazer. Nós tentamos. Mas, respeitamos a posição dos partidos. Nós tivemos foi coragem, ousadia. Arrogante é aquele que quer juntar todo mundo e dizer que todo mundo precisa concordar com ele, um monopolizador das posições.

Qual a expectativa do PT em relação à Câmara Municipal de Natal?

Uma boa expectativa. Assim como precisamos enfrentar o debate em relação ao executivo, também precisamos fazem em relação ao legislativo. Com raríssimas exceções, a Câmara não representa sociedade natalense. Além de buscar a reeleição do vereador Fernando Lucena, vamos buscar ampliar nossa participação. Em 2008, o PT teve sete candidatos a vereador, tendo 29.900 votos para a Câmara, e não elegeu nenhum vereador, porque estávamos coligados. Neste ano, nós temos 28 candidatos a vereador. Nós temos quatro vezes mais e também com uma disputa mais capilarizada, dividida nos segmentos. Com a votação de 2008, nas regras atuais, nós elegeríamos dois. Dá pra pensar que teremos um bom crescimento.

Pelo menos dobrar...

Acho que sim. Não é absurdo pensar. Estamos bem capilarizados. Acho que a Câmara precisa se aproximar mais da população. Será uma parceira importante para o governo também.

O senhor pretende fazer um alinhamento com o legislativo?

No Brasil, é comum haver a relação. O problema é o alinhamento e as condições que se adota. Acho que hoje a Câmara, com raríssimas exceções, não debate os problemas da sociedade.

O PT de São Paulo se coligou com Paulo Maluf. Vale a pena esse tipo de coligação, sabendo-se que vai haver um desgaste na imagem do partido?

Eu achei errado a aliança, não com o PP, que já é feita nacionalmente e também em nível estadual, mas com o Maluf. O Maluf é patrimônio do DEM, dos tucanos, deveria ficar por lá, tanto é que apoia o Alckmin, o Kassab, deveria ficar por lá. Acho que foi equivocado. Espero que os paulistas resolvam isso por lá.

O senhor escolheu um vice que tem um conceito valorizado na academia, mas que não acrescenta eleitoralmente à sua candidatura. Por que a escolha desse vice?

Mas quem disse que ele não vai acrescentar eleitoralmente em nada? É uma honra ter o Carlos Alberto na chapa, que é professor e empresário. Acho um ótimo diálogo do PT com o setor. Tem ajudado muito a debater a cidade. A indicação dele teve um aspecto positivo no setor jovem empresariado da cidade. Eu estou muito feliz com a escolha. Fico muito honrado.

A escolha foi pessoal?

Não. Foi partidária. Quando decidimos que não teríamos aliança, começamos a debater e chegamos ao nome dele. Foi um nome que contribuiu bastante com o PT. Vai nos orgulhar bastante e honrar a cidade do Natal. 

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