quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Bancada do PT debate titulação das terras ocupadas por remanescentes dos quilombos no STF

Em encontro com o ministro Dias Toffoli, no Supremo Tribunal Federal, os senadores Fátima Bezerra e Humberto Costa destacaram, nesta quarta-feira (30), a importância da manutenção do Decreto nº 4887/2003, editado pelo presidente Lula, que regulamenta o processo de identificação e titulação das terras ocupadas por remanescentes dos quilombos. 

O STF analisa uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 3.239 de 2004, apresentada pelo partido Democratas, que pede a revogação do Decreto 4.887/2003 por considerarem que só deveriam ser tituladas terras que já estivessem em posse de indígenas e quilombolas na época da Constituição de 1988. O processo ficou parado por mais de oito anos no Supremo e, somente em 2012, foi iniciado o julgamento. De lá para cá, dois pedidos de vista voltaram a atrasar o andamento da Adin. 

“Repudiamos as tentativas de revogação do decreto, que buscam desconstruir a Constituição brasileira e a legislação que garante os direitos territoriais das comunidades quilombolas. Confiamos que o STF conduzirá o julgamento no sentido de reconhecer a constitucionalidade do Decreto”, afirmou a senadora Fátima Bezerra. 

Toffolli informou que seu parecer está pronto e aguarda apenas a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, pautar a Adin. Se a ação for aprovada, ela pode paralisar o andamento dos processos de titulação de terras, além de ameaçar os já titulados. 

De acordo com Fundação Cultural Palmares, ao longo desses quase 15 anos de vigência do Decreto 4887/03, foram certificadas 2.997 comunidades pela Fundação, beneficiando mais de 16 milhões de pessoas beneficiadas. Além disso, 1692 processos de regularização fundiária foram abertos no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e 219 títulos foram emitidos pelo órgão. 

O direito das terras à comunidade dos quilombos foi garantido na Constituição Federal. No entanto, a titularidade só pôde ser repassada às comunidades a partir do decreto editado pelo presidente Lula, que regulamentou o dispositivo constitucional. Participaram também do encontro as deputadas Benedita da Silva, Erika kokay e o deputado Leonardo Monteiro.

Filiados/as PT RN escolherão novo Coletivo Estadual Combate Racismo

Bom dia, tudo bem?

Neste sábado dia 02/09, estaremos realizando o nosso II Encontro Estadual Combate Racismo PT RN e elegeremos o Secretário e o Coletivo Estadual.

Conseguimos construir Candidatura Única, todas as forças internas (AVANTE, DS, PT pela BASE, CNB e AE) do nosso Partido estão Unidas Por Um RN Sem Racismo.

Sua presença é muito importante, pois, o seu VOTO é quem legitimará este Novo Coletivo!!

Sem Você, não poderemos continuar com esta Secretaria!!!

Veja a programação e PARTICIPE, pois, o PT é Você!!

Bem vindos/as,


Att/Ludjanio Rogério 






quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Quilombolas de Alagoas relatam melhora de vida no governo Lula

Moradores do Quilombo Tacabaria, em Arapiraca, contam como conseguiram sair de barracos de lona para casas de alvenaria e pedem retorno do ex-presidente


                                                                                           Pedro Sibahi/Agência PT


A vida dos moradores do Quilombo Tabacaria, localizado no município de Palmeira dos Índios, interior de Alagoas, mudou radicalmente nos últimos 13 anos. Reconhecido pelo governo federal em 2008, passou de barracos de lona para casas de alvenaria. Do trabalho quase sem remuneração em condições degradantes, passaram para a independência com o Bolsa Família.
“Passamos 12 anos em barracos de lona. A gente não tinha outra opção porque era ali e esperando na justiça o que iriam mandar para nós. E nós com paciência embaixo da lona”, conta Amaro Félix Filho, presidente da comunidade.
“Depois que recebemos as emissões de posse, recebemos a notícia de que se a terra vinha, as casas também chegavam”. Em 2016 começou a construção de 50 unidades habitacionais pelo Programa Nacional de Habitação Rural, dentro do Programa Minha Casa Minha Vida. Neste ano as casas finalmente estão sendo entregues.
Formado por descentes diretos do Quilombo dos Palmares, Tabacaria foi a primeira terra quilombola a ser reconhecida no Brasil. Hoje 89 famílias vivem na área, que chegou a ter um terço das residências em barracos de lona e o restante em condições precárias.
“Estamos com 50 casas construídas e ainda faltam 37. O projeto já está nas mãos dos deputados em Brasília e falta eles aprovarem”, explica Amaro, que credita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mudança de vida.           
                                                                                          Pedro Sibahi/Agência PT

“Só recebemos essas terras por intermédio do decreto que veio pelas mãos do presidente Lula. Não temos como agradecer a ele, por isso eu sempre digo ao povo que nós só queremos a certeza de que ele pode se eleger, porque campanha não precisa. O povo só quer essa palavra”.
“Daí pra frente temos a certeza de que Lula ainda vai ser nosso presidente, porque nós ainda precisamos da mão do governo Lula nos nossos projetos. Agora vamos partir pra projetos porque terra e moradia está chegado”, conta o presidente da associação, planejando começar iniciativas de geração de renda.
Um dos moradores mais antigos do quilombo, Gerson Paulino dos Santos, 72 anos, conta que sofreu muito até a chegada de Lula na presidência.
“Eu vivia com oito filhos dentro de um cativeiro, limpando o terreno dos fazendeiros com um saco de lona nas costas, em 30 ou 40 pessoas. Pegava as 7h da manhã e largava às 4h da tarde”.
“Foi no tempo que Lula se candidatou e ganhou, aí eu disse que não seria mais assim, seria Bolsa Família. Graças a Deus, desse dia para cá a mesa do pobre encheu de fartura e o pobre não passou mais fome. Tenho fé em Deus de que quando ele ganhar de novo a mesa vai dobrar”.
“Hoje tenho minha casinha, meu lazer com minha veinha [esposa] a Dominícia. Estou feliz com meus companheiros de luta”.
                                                                                           Pedro Sibahi/Agência PT
Uma das filhas de Gerson, Maria Aparecida dos Santos, conta que seu barraco era tão precário que um dia as madeiras e a lona cederam, e o telhado caiu destruindo diversos móveis.
“Eu dizia que Jesus Cristo iria me abençoar, que um dia eu queria ter uma casa, uma morada boa pra viver com meus filhos, meus netos. Agora sim, através do meu presidente Lula, eu posso dizer que tenho uma casa, é um palácio a minha casa. Através dele que hoje meus filhos estão estudando. Eu quero agora que, se Deus quiser, ele vai ganhar para presidente de novo”, afirma Aparecida.
Além das casas construídas pelo Minha Casa Minha Vida, os moradores valorizam o Bolsa Família, por garantir independência de trabalhos degradantes e segurança alimentar.
“O Bolsa Família lançado por Lula foi o que fez com que o povo aqui não morresse a metade, porque a renda era essa. A gente não tem como agradecer ao Lula o Bolsa Família lançado para o bem dessa comunidade. A gente fala que se não fosse o Lula a gente não sabe como estaria hoje a situação desse povo pobre”, afirma Amaro.
Gerson afirma que está muito animado com a ida de Lula a Arapiraca, cidade que fica na região do quilombo. “Eu fiquei muito feliz quando eu soube que nosso presidente Lula vem para Maceió, eu vou ter muito prazer de receber e abraçar ele”.
“Eu tenho vinte netos, o Lula veio para Palmeira dos índios e disse que se ganhasse para presidente a mesa do pobre ia ser que nem a do rico, não ia faltar o alimento. Ele disse e provou”.

Lula pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos estados do Nordeste, entre agosto e setembro, é a primeira etapa de um projeto que deve alcançar todas as regiões do país nos meses seguintes.
O projeto Lula Pelo Brasil é uma iniciativa do PT com o objetivo de perscrutar a realidade brasileira, no contexto das grandes transformações pelas quais o país passou nos governos do PT e o deliberado desmonte dos programas e políticas públicas de desenvolvimento e inclusão social, que vem sendo operado pelo governo golpista nos últimos dois anos.
Por Pedro Sibahi, enviado especial ao Nordeste com a caravana Lula pelo Brasil, para a Agência PT de Notícias

ASSISTA O VÍDEO: http://www.pt.org.br/governo-lula-melhorou-a-vida-no-quilombo-tabacaria-em-alagoas/

terça-feira, 22 de agosto de 2017

PF conclui inquérito sobre José Agripino e vê indícios de corrupção e lavagem

Bom dia, AONDE ESTÁ MESMO O NOTICIÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE???
E AS PANELAS CONTRA A CORRUPÇÃO?
PARECE QUE TEM FANTASMA TB, MINHA VISTA ESTÁ CURTA!!!!!
Foto: Internet
PF conclui inquérito sobre José Agripino e vê indícios de corrupção e lavagem
A Polícia Federal (PF) informou nesta segunda-feira (21) ter concluído o inquérito sobre o senador José Agripino Maia (DEM-RN) e encontrado indícios dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra da nota da PF sobre o assunto:
POLÍCIA FEDERAL CONCLUI INQUÉRITO DO STF
A Polícia Federal concluiu na data de hoje (21/08) o inquérito 4141 do Supremo Tribunal Federal, instaurado para apurar eventual participação de recebimento de vantagens indevidas por parte de um Senador da República.
A investigação apurou a participação do Senador pelo Partido Democratas, José Agripino Maia, na solicitação e recebimento de vantagens indevidas da empresa OAS em troca de seu auxílio político na liberação de recursos de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -BNDES direcionados à construção da Arena das Dunas, em Natal/RN, no ano de 2013. O recebimento das vantagens ilícitas se deu tanto por meio de doações eleitorais oficiais, que foram direcionadas ao diretório, como por meio de repasses em espécie, que transitaram por contas do próprio investigado e também por contas de familiares, entre os anos 2012 a 2014, totalizando a quantia de pelo menos dois milhões de reais.

A investigação baseou-se no resultado da análise de mensagens de texto extraídas do celular de José Adelmário Pinheiro Filho, bem como nas informações colhidas no Termos de Colaboração Premiada de Alberto Youssef e Rafael Angulo Lopez, além do exame de mais de mil páginas de documentos, a inquirição de diversas pessoas, quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos investigados.
Diante dos suficientes indícios de materialidade e autoria, foram então imputadas as condutas de corrupção passiva qualificada e lavagem de dinheiro ao Senador José Agripino Maia; lavagem de dinheiro a Raimundo Alves Maia Júnior; Corrupção ativa a José Aldemário Pinheiro Filho; além de crime de prevaricação a Carlos Thompson Costa Fernandes – Conselheiro do TCE/RN à época dos fatos.

http://g1.globo.com/politica/noticia/pf-conclui-inquerito-sobre-jose-agripino-e-ve-indicios-de-corrupcao-e-lavagem.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Comissão Estadual de Organização Encontro Combate racismo PT RN se reunirá

No dia 21 de agosto (segunda), a partir das 18 horas, na Sede do PT/RN, a Comissão Estadual de Organização do Encontro Combate Racismo, estará reunida para prosseguir com o processo de organização do Encontro a ser realizado no dia 02 de setembro.

“É neste encontro que os filiados/as VOTARÃO no Candidato/a para a Coordenação da Secretaria e na Chapa do Coletivo Estadual que tem como objetivo estreitar o diálogo do Partido com à sociedade em busca da superação do Racismo”, afirmou Uirandê Poranga, Coordenador Geral da Comissão.

“O Partido dos Trabalhadores é um partido de vários pensamentos e que está formado por Secretarias e Setoriais incentivando o debate interno sobre temas como: saúde, educação, mulheres, segurança, juventude, LGBT, Étnico-Racial, sindical, agrário, economia solidárias, entre outros, portanto, esse momento é fundamental para que possamos renovar o conjunto nossas lideranças”, pontuo Poranga.      

Os filiados que querem ingressar nesta Secretaria estão convidados a fazer a Adesão através da Comunidade PT até o dia 18 próximo, prazo final também para o recebimento de Inscrições de Chapas Estaduais e Candidatura para Presidente ou Presidenta da Secretaria.

              A Comissão criou um Calendário de Plantão na Sede do Partido, situada na Rua Dr. Borges, 1477, Lagoa Nova, por trás, do DNIT, para que os filiados/as tirem suas dúvidas e também para recebimento das Inscrições de Chapas/Candidatos/as, que segue abaixo:

Data: 14/08, das 09:00 às 11:00 hs/das 14:00 às 17:00 hs – Uirandê Poranga/Mário Takeya;

Data: 15 e 16/08, das 09:00 às 11:00 hs/das 14:00 às 17:00 hs – Juliane Ribeiro; e

Data: 17 e 18, das 09:00 às 11:00 hs/das 14:00 às 17:00 hs – Adler Barros     


Neste sentido, a Comissão de Organização estar imbuída em realizar um grande Encontro, que possamos sair revigorados para continuar a resistência contra todos os retrocessos pelo qual passamos no País, sobre tudo, para os Negros/as, Indígenas, Ciganos, Povos Tradicionais e Matrizes Africanas e Afrodescendentes.  

A sua participação é quem garantirá um forte Debate e um Lindo Encontro Contra o Racismo e todas as suas formas apresentadas na Sociedade!

Esperamos vocês!

Atenciosamente,

Uirandê Poranga
Coordenador Comissão Estadual Organização Encontro CR



quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Audiência no Senado reafirma luta por nenhum quilombo a menos


A ameaça à titularidade das terras e à afirmação dos povos quilombolas, através do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3239/2012, está sendo debatida em audiência pública nesta quinta-feira (10), no Senado Federal.
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT), que é parceiro dos movimentos por mais políticas públicas para os quilombolas e por nenhum quilombo a menos, participou do debate, promovido pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN).
No próximo dia 16, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar a ADI 3239/2012, que busca tornar inconstitucional o Decreto 4887/2003, do ex-presidente Lula, que, pela primeira vez, regulamentou o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras quilombolas.
Para Mineiro, por trás dessa discussão há a questão da terra no Brasil, único país do mundo que chegou ao séc. XXI sem realizar a reforma agrária. “Essa sim é a questão central da disputa que estamos travando na questão quilombola e indígena”, afirmou.
“Vivemos uma época de profundo retrocesso com a questão da posse da terra como central”, completou o deputado. “Não foi à toa que semana passada seis lideranças quilombolas na Bahia foram assassinadas, somando-se a mais dois que foram mortos no mesmo mês”, lamentou.
“A agenda do STF para o dia 16 é a que melhor traduz os tempos que vivemos no Brasil: além dessa discussão, tratará das reservas indígenas e do território amazônico. Ou seja, um dia decisivo para a história contemporânea do Brasil”, ressaltou.
Retrocesso
“O decreto do governo Lula foi uma das grandes conquistas das comunidades quilombolas, o principal instrumento para continuarem suas lutas e se afirmarem no processo histórico de garantia de direitos”, reafirmou a senadora Fátima.
Para ela, o acesso à terra e território garante todas as outras políticas públicas voltadas aos povos tradicionais. São 16 milhões de brasileiros declarados quilombolas, em mais de 5 mil comunidades. “Se julgado inconstitucional [o decreto], será um dos maiores retrocessos do país, pois desconstrói garantias da Constituição Brasileira”.
Na audiência, Givânia Maria, representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Quilombolas (Conaq), falou sobre os absurdos questionamentos da ADI de autoria do partido DEM.
“Eles questionam a auto-definição das comunidades, a definição dos territórios a serem titulados, a coletividade do título e a produção dos quilombolas”, disse Givânia. “Mas o que incomoda mesmo é a questão da terra, que sai do mercado para passar a ser nossa de forma alienável”.
Também participaram da audiência diversos representantes de movimentos quilombolas, o senador Humberto Costa (PT-PE); Heleno Araújo, do Fórum Nacional Popular de Educação; Carlos Moura, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB; Lidiane Apolinário, da Coordenação Estadual de Quilombos do RN; o defensor público federal José Tambasco; José Henrique Sampaio, do Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e outros parlamentares.
Veja também:
FONTE: http://www.mineiropt.com.br/audiencia-no-senado-reafirma-luta-por-nenhum-quilombo-a-menos/ 

Terra Titulada, Liberdade Conquistada e Nenhum Direito a Menos!

"Reconhecer os direitos dos quilombolas é fundamental, é o resgate de uma dívida que o Brasil tem com as negras e negros do país". Amanhã (10) é mais um dia de reafirmar que a regularização dos territórios quilombolas, ocupados há várias gerações, é tão somente uma pequena parte desse pagamento.

Acompanhe a audiência pública no Senado, a partir das 9h, pelo sitewww.senado.gov.br. 

O debate é de iniciativa da senadora Fátima Bezerra


Confira mais sobre o caso: http://bit.ly/2ftnGOL

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Resumo Diário Oficial do Estado do Rio Grande do Norte

Edição 08/08/2017, Nº 13984


DECRETO Nº 27.199, DE 07 DE AGOSTO DE 2017.


Institui, no âmbito do Poder Executivo, o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PECRI), e dá outras providências.


O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso das atribuições que lhe confere o art. 64, V e VII, da Constituição Estadual,

D E C R E T A:

Art. 1º  Fica instituído, no âmbito do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Norte, o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PECRI), com o objetivo de implementar, de forma intersetorial e transversal políticas públicas de combate e prevenção ao racismo institucional.



Programa de Combate ao Racismo Institucional (PECRI)

RIO GRANDE DO NORTE DECRETO Nº 27.199, DE 07 DE AGOSTO DE 2017.

Institui, no âmbito do Poder Executivo, o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PECRI), e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE, no uso das atribuições que lhe confere o art. 64, V e VII, da Constituição Estadual,

D E C R E T A:

Art. 1º Fica instituído, no âmbito do Poder Executivo do Estado do Rio Grande do Norte, o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PECRI), com o objetivo de implementar, de forma intersetorial e transversal políticas públicas de combate e prevenção ao racismo institucional.

Art. 2º Para os fins deste Decreto, o racismo institucional corresponde ao fracasso em prover-se serviço público profissional e adequado, aos usuários de serviços públicos e nas relações administrativas interpessoais, em virtude de cor, cultura, origem racial ou étnica, e especialmente quando:

I - são adotadas, no cotidiano do trabalho, normas, práticas e comportamentos discriminatórios;

II - pessoas de grupos raciais ou étnicos são expostas a situação de desvantagem no acesso a direitos gerados pelas ações governamentais.

Art. 3º O PECRI tem como objetivos específicos:

I - incluir o debate sobre racismo institucional de forma a evitar atitudes racistas e discriminatórias;

II - reduzir as desigualdades raciais por meio de adoção de ações afirmativas, com ênfase sobre a população afrodescendente e os povos de religião de matriz africana;

III - garantir, nas políticas públicas, ações de promoção da equidade racial;

IV - proporcionar formação continuada de gestores e servidores públicos estaduais em matéria de promoção de igualdade racial.

Art. 4º O PECRI, vinculado à Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (SEJUC), será implementado e operacionalizado pela Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (COEPPIR), a quem compete:

I - coordenar as ações relativas ao programa e às práticas resultantes de preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica;

II - elaborar e desenvolver os planos de ação e operação necessários à execução do disposto neste Decreto, de acordo com os instrumentos legais de proteção e promoção da igualdade racial e dos direitos humanos;

III - participar na implementação, acompanhamento e avaliação do programa;

IV - promover as articulações intersetoriais necessárias à implementação de uma política estadual de combate ao racismo institucional e à discriminação racial ou étnica;

V - garantir a estrutura física, com recursos humanos e materiais, para o seu perfeito funcionamento;

VI - submeter à apreciação do Governador do Estado propostas das medidas complementares, com vistas à adequada execução do programa;

VII - estabelecer diretrizes e procedimentos administrativos visando a garantir a adequada implementação do programa em todos os Órgãos e Entidades do Poder Executivo e a consequente realização das metas respectivas;

VIII - estimular o desenvolvimento de ações de capacitação, qualificação e requalificação dos servidores públicos, sempre tendo como escopo a igualdade e a cidadania plena;

IX - sistematizar os resultados alcançados pelo programa e disponibilizá-los por meio dos meios de comunicação e da internet.

Art. 5º Serão criados, no âmbito do PECRI, grupos de referência para a execução das ações do programa nos diversos Órgãos e Entidades do Poder Executivo Estadual.

Parágrafo único. Os Órgãos e Entidades da Administração Pública Estadual deverão apoiar as iniciativas do PECRI, de modo a contribuir com seu caráter intersetorial e transversal de criação de políticas públicas de combate e prevenção ao racismo institucional, designando, caso solicitado, servidor específico para o planejamento, execução e acompanhamento das ações.

Art. 6º O Poder Executivo Estadual fomentará a implementação de medidas estabelecidas em acordos, tratados e convenções internacionais que tenham o Brasil como signatário, sempre visando à promoção da igualdade de oportunidades e a cidadania plena, independentemente da cor, cultura, origem racial ou étnica.

Art. 7º As despesas decorrentes da implementação das ações deste Decreto correrão por conta das dotações orçamentárias dos Órgãos e Entidades envolvidos na implementação das ações do PECRI.

Art. 8º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal/RN, 07 de agosto de 2017, 196º da Independência e 129º da República.

ROBINSON FARIA

Luis Mauro Albuquerque Araújo

Publicado Diário Oficial: 08/08/2017
Diário Oficial Nº 13984

Fonte: http://www.diariooficial.rn.gov.br/dei/dorn3/docview.aspx?id_jor=00000001&data=20170808&id_doc=580995

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Justiça Federal conclui desapropriação em favor do quilombo São José da Serra

Sentença determinou a outorga de título coletivo à comunidade. Decisão mostra a importância do Decreto nº 4.887/2003 para a efetivação dos direitos das comunidades quilombolas

Foto: MPF


A Justiça Federal em Barra do Pirai (RJ) concluiu processo de desapropriação de uma área de 159 hectares em favor da comunidade do quilombo São José da Serra, em Valença (RJ). Foi outorgado o título coletivo e pró-indiviso do imóvel, gravando-se o bem com as cláusulas de inalienabilidade, imprescritibilidade e impenhorabilidade, fixando-se, em consequência, o valor R$ 125 mil, ofertado pelo Incra.

A sentença foi proferida em ação de desapropriação (Processo nº 0001020-17.2011.4.02.5119) proposta pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) contra a empresa Agropastoril São José da Serra, que tramita na Justiça Federal de Barra do Piraí desde 2011. 

O quilombo São José da Serra é formado por descendentes de escravos que vieram do Congo, da Guiné e principalmente de Angola e moravam nas terras da Fazenda São José da Serra. É o mais antigo quilombo do estado do Rio, formado por volta de 1850.

Para o procurador da República Julio José Araujo Junior, que acompanha o caso, a decisão mostra a importância do Decreto nº 4.887/2003, que regulamenta o procedimento para identificação e demarcação de terras ocupadas por comunidades remanescentes de quilombos. "Graças ao trâmite administrativo previsto no decreto foi possível efetivar o direito das comunidades e superar a situação de vulnerabilidade em que os quilombolas estavam". Está previsto para o próximo dia 16 o julgamento de ação direta de inconstitucionalidade do decreto no Supremo Tribunal Federal (STF).


Em nota técnica, elaborada pelo Grupo de Trabalho Quilombos, o MPF reforça o caráter constitucional do decreto ao enfatizar que a demarcação de titulação de terras quilombolas é assegurada pelo artigo 88 dos Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) – norma constitucional que garante a harmonia da transição da Constituição de 1969 para o regime da Carta de 1988 – com previsão para titulação de terras ocupadas por comunidades remanescentes dos quilombos.


História de luta pela terra - Em 2015, após atuação do MPF/RJ em processo de desapropriação, a Justiça já havia decidido pela imissão provisória na posse da área. “A partir de agora, esta placa (de proibição de entrada na área sem autorização) não existe mais. Aqui é área livre, é área de quilombo”. Com essas palavras, Toninho Canecão, liderança da comunidade quilombola, celebrou a decisão judicial.


Em manifestação em agosto de 2014, o procurador da República Julio José Araujo Junior sustentou a necessidade de concretização da imissão provisória na posse, por já haver decisão do TRF sobre o tema. Além disso destacou que o processo deve se limitar a discutir o valor da indenização, devendo ser garantida, desde já, a posse em favor da comunidade. Naquele ano, após parecer do MPF, o pedido de imissão foi deferido inicialmente pelo juiz federal de primeiro grau, porém a empresa recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, contestando o tamanho da área a ser desapropriada. Apenas em 2014 a questão foi resolvida naquela corte, e desde então o MPF cobrava a retomada da área pelos quilombolas. 

Paralelamente, o MPF realizou reuniões com o Incra e com o juízo federal para garantir o cumprimento da decisão. “Ressaltamos a importância da área para as atividades agrícolas da comunidade e para a integração das famílias que ficavam dispersas no território”, afirmou o procurador. O juiz federal José Luiz Rodrigues acolheu, em março deste ano, os argumentos do Incra e do MPF e determinou a expedição do mandado de imissão provisória total na posse, na área correspondente a 159,72ha. 

Após a decisão, o oficial de justiça visitou a área e agendou para o último dia 30 a efetiva imissão na posse pela comunidade, com a retirada de todos os bens dos proprietários. 

Toninho Canecão lembrou que fazia 20 anos que os quilombolas não podiam sequer entrar na área. “Ninguém do quilombo podia passar aqui. Aqueles que têm 20 anos de idade não conhecem essa área. Eu fui criado aqui, comendo jabuticaba, jamelão. Agora isso aqui é área livre”, comemorou. Ele lembrou que, em razão da proibição dos proprietários, o deslocamento na área era difícil, pois era necessário dar uma grande volta para acessar outras áreas do território. "Agora isso acabou", finalizou.



Assessoria de Comunicação Social 
Procuradoria da República no Rio de Janeiro 
Tels: (21) 3971-9460/ 9488 
www.mpf.mp.br/rj
twitter.com/MPF_PRRJ

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Escritora sobrevivente do genocídio de Ruanda veio ao país para participar da Flip

Lula recebe Scholastique Mukasonga e diz que Brasil precisa retomar relação com a África


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na tarde desta quarta-feira (2) a escritora de Ruanda Scholastique Mukasonga, autora dos romances históricos 'Nossa senhora do Nilo' e 'A mulher dos pés descalços'. Sobrevivente do massacre de Ruanda, Scholastique veio ao Brasil para participar da 15ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) e aproveitou a passagem pelo país para encontrar o ex-presidente.
Durante o encontro, Lula discutiu os avanços da relação Brasil África ao longo de seu governo e lamentou o retrocesso que a cooperação com os países africanos tem sofrido na atual gestão. "Fomos o governo que mais viajou à África. Temos uma dívida com o continente que não necessariamente precisa ser mensurada em dinheiro, mas sim em solidariedade", disse o ex-presidente. Entre as iniciativas, Lula citou como exemplo desde a inclusão do ensino de história da África nas escolas à inauguração da fábrica de medicamentos de vacinas anti-retrovirais e da universidade aberta em Moçambique, além da atuação da Embrapa no continente africano - iniciativas que tem sido descontinuadas pelo atual governo.
Scholastique, que vive na França - para onde foi enviada pela família da etnia tutsi durante o conflito em Ruanda -, falou sobre o massacre naquele país, sobre sua obra literária, a passagem pelo Brasil e o desejo de retornar ao país. "Tenho minha vida como escritora como um compromisso com a memória, para que o que aconteceu em Ruanda não caia no esquecimento", relatou. A autora afirmou que deseja voltar ao país e visitar, especialmente, o estado da Bahia. Scholastique também aproveitou a visita para prestar solidariedade a Lula. "Reconheço sua paixão pela luta e ela precisa continuar", disse, ao ressaltar a trajetória política do ex-presidente.
Cônsul da França, Brieuc Pont também acompanhou o encontro, que ocorreu na sede do Instituto Lula em São Paulo. 

Frutos do Morro: Protagonismo Jovem em Mãe Luiza

Experiência na Produção do Documentário
Frutos do Morro: 
Protagonismo Juvenil em Mãe Luiza¹ 
Eldelany Vieira SOARES²
Lady Dayana Silva de OLIVEIRA³
 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN.


       O Documentário Frutos do Morro

 O documentário Frutos do morro: Protagonismo Jovem em Mãe Luiza, apresenta
histórias de protagonismo juvenil no Bairro de Mãe Luiza, zona leste de Natal, no Rio  Grande do Norte. 

Jovens de diferentes gerações contam como surgiram os primeiros grupos de jovens da comunidade, as dificuldades enfrentadas, os anseios da época, e
como isso influência as novas gerações e os motiva a atuarem em prol da comunidade.

O documentário resgata as práticas do protagonismo juvenil em Mãe Luiza na
década de 80 e 90, traz a reflexão para os dias atuais e apresenta ações juvenis em MãeLuiza atualmente.

Após a pesquisa, convidamos três jovens da época para dividir suas lembranças com os espectadores: A professora Maria Aparecida Fernandes, o recreador infantil Ricardo França (Buihu) e o artista plástico Marcelus Bob. 

Como depoimento de apoio ao tema, convidamos o Padre Robério Camilo, pároco de Mãe Luiza. Para representar a juventude protagonista nos dias atuais, convidamos três integrantes da TV do bem, Wagner Brito, atua como repórter na comunidade, Isaac Garcia, apresenta um programa voltado para os jovens e auxilia nas matérias de rua, e Reverson Viana, atua como câmera e edição. A TV do Bem, é transmitida através de um canal no youtube, aborda desde assuntos pertinentes aos jovens, até os principais problemas da comunidade.  

Edital Sinapir 2017 está com inscrições abertas

Ao todo, são mais de R$ 2 milhões para projetos em três áreas de financiamento: fortalecimento dos órgãos de promoção da igualdade racial; apoio a políticas públicas de ação afirmativa e a políticas para comunidades tradicionais


Órgãos da administração pública direta (Estados, Municípios e Distrito Federal) e consórcios públicos têm até o dia 18 de agosto de 2017 para apresentarem propostas referentes ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial – Sinapir. Ao todo, são mais de R$ 2 milhões para projetos em três áreas de financiamento: fortalecimento dos órgãos de promoção da igualdade racial; apoio a políticas públicas de ação afirmativa e a políticas para comunidades tradicionais.

Os proponentes podem apresentar projetos diferentes em programas distintos, de acordo com a linha de cada um, não existindo limite de propostas. Os órgãos participantes do Sinapir (com extrato de adesão publicado no Diário Oficial da União até a data constante do item 61 do edital), vão receber pontuação adicional.
Para participar, o interessado deve incluir sua proposta no Sistema de Convênios do Governo Federal (Siconv), disponibilizado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) no sítio eletrônico https://www.convenios.gov.br/portal/ . A publicação do resultado provisório de classificação das propostas está prevista para o dia 28 de agosto e o resultado final no dia 31 de agosto de 2017.
Áreas temáticas do edital
Na primeira área, “fortalecimento institucional de órgãos, conselhos e consórcios públicos voltados para a promoção da igualdade racial”, podem ser inscritos projetos voltados para a estruturação e/ou fortalecimento de órgãos e conselhos através da aquisição de bens duráveis.
Dentro da segunda área temática, “apoio às políticas públicas de ação afirmativa”, os projetos devem abordar a formação para gestores públicos com conteúdo e ênfase na abordagem e enfrentamento ao racismo institucional; valorização da vida, proteção, empoderamento e atendimento social de adolescentes e jovens negros em situação de vulnerabilidade social e violência, com ênfase em projetos de economia solidária, empreendedorismo e geração de renda; ações que visem a construção de instrumentos pedagógicos para implementação da lei nº 10.639/2003, entre outras legislações de promoção da igualdade racial; visibilidade da população negra LGBT com enfoque no acesso ao mercado de trabalho e empreendedorismo, no combate à violência, racismo e lgbtfobia; e projetos que estimulem e fortaleçam as ações afirmativas voltadas para mulheres negras, com ênfase em: cultura, geração de renda, violência doméstica e saúde.
Já o terceiro eixo do edital, “apoio às políticas públicas para comunidades tradicionais”, contemplará projetos de gestão territorial e ambiental, baseados no uso sustentável dos recursos naturais, que promovam a capacitação para gestão ambiental em territórios e comunidades quilombolas e terreiros de matriz africana, com ênfase na utilização das seguintes tecnologias: a) energias renováveis; b) tratamento de resíduos; c) reaproveitamento de águas da chuva; d) cultivo agroflorestal e agricultura urbana.
Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial – Sinapir
Foi instituído pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288, de 20 de julho de 2010) e regulamentado em 2013, como forma de organização e de articulação do conjunto de políticas e serviços destinadas a superar as desigualdades raciais no Brasil. Esse Sistema estabelece como requisito para a adesão, por parte dos entes federados, a existência de órgãos e conselhos voltados para a promoção da igualdade racial em âmbito local. O Sinapir estabelece, ainda, modalidades de gestão (básica, intermediária e plena) cuja diferenciação está na capacidade de gestão do órgão de Promoção da Igualdade Racial (PIR) local.
Para realizar a adesão voluntária ao Sinapir, Estados, Distrito Federal e Municípios podem encaminhar a solicitação, a qualquer tempo, à Assessoria de Assuntos Federativos da Seppir – Asasf/Seppir, do Ministério dos Direitos Humanos (MDH), que é responsável pela validação dos pré-requisitos. O telefone de contato é (61) 2027-3994.
Informações sobre o Sinapirhttp://seppir.gov.br/articulacao/sinapir
Informações sobre o Edital verificar os telefones de contato de acordo com a área temática na Tabela 4.