Comunidades quilombolas serão mapeadas para acelerar processo de regularização fundiária Ministra Luiza Bairros, da Secretaria Especial
de Promoção da Igualdade Racial
(Seppir) - Foto: Agência Brasil
O governo federal quer acelerar o processo de regularização fundiária das comunidades quilombolas no país. Para isso, a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) espera mapear, com ajuda dos estados, as comunidades localizadas em terras que não pertencem à União e levantar as dificuldades encontradas pelos órgãos estaduais responsáveis por conduzir o processo nesses casos.
Segundo a ministra da Seppir, Luiza Bairros, o assunto será
discutido durante reunião, no início de dezembro, entre representantes
da pasta, dos institutos de terra dos estados, do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Cultural Palmares,
responsável pela certificação das terras onde vivem populações
remanescentes de quilombos.
“O Incra só tem jurisdição sobre terras da União e existem muitas
comunidades quilombolas localizadas em terras devolutas dos estados.
Para apressar esse processo queremos que os institutos de terra
localizem imediatamente essas comunidades para que possamos fazer a
regularização pela via do governo estadual”, disse hoje (27), durante
entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de
Comunicação Social da Presidência em parceria com a EBC Serviços.
A ministra acrescentou que, como em geral, os institutos estaduais
“carecem de recursos humanos e materiais”, o governo pretende repassar
verbas aos estados, após definidas as dificuldades locais, “para que
isso seja feito o mais rápido possível”. Ela defendeu que a atuação
coordenada entre estados e Incra vai ajudar a desburocratizar a
regularização das terras.
“Como você está no local, mais facilmente identifica as
possibilidades de conflito [pelas terras] e outras formas de negociação
para resolver esses conflitos”, destacou.
Luiza Bairros ressaltou que a demora na emissão dos títulos
definitivos muitas vezes ocorre porque supostos proprietários “tomam uma
série de medidas legais para protelar o máximo possível” o processo,
uma vez que a maioria das terras quilombolas está localizada em áreas
férteis, próximas a rios ou ao mar e com riquezas minerais no subsolo.
Durante a entrevista, a ministra lembrou que a Seppir assinou na
semana passada um termo de cooperação repassando R$ 1,2 milhão ao Incra
para apressar a elaboração de relatórios de delimitação e identificação
de comunidades quilombolas, documento necessário à titulação das terras.
Ela informou que existem 1.834 processos de regularização em andamento
no instituto.
Luiza Bairros acrescentou que, no segundo semestre deste ano, foram
entregues certidões de reconhecimento a 23 comunidades quilomboloas do
Piauí, que se somam às mais de 1,8 mil comunidades já certificadas pela
Fundação Cultural Palmares, e entregues dois títulos definitivos a
comunidades no estado de Sergipe, beneficiando 113 famílias da
comunidade Mocambo e mais 89 famílias de Lagoa dos Campinhos.
A ministra também destacou que a presidenta Dilma Rousseff assinou,
este mês, 11 decretos de declaração e interesse social em benefício de
11 comunidades, um dos passos que pode resultar no reconhecimento
definitivo da área como quilombola.
(Agência Brasil)
Fonte: http://www.pt.org.br/noticias/view/comunidades_quilombolas_seraeo_mapeadas_para_acelerar_processo_de_regulariz
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