Data: 15/05/2015
De autoria do pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, a publicação revela o número de assassinatos por armas de fogo no país, além de fazer um balanço dos homicídios. Jovens negros estão as principais vítimas.
O “Mapa da Violência 2015 – Mortes Matadas por Armas de Fogo” foi lançado nesta quinta-feira (14), no auditório da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), em Brasília. De autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, a publicação revela o número de assassinatos por armas de fogo (AF) no país, além de fazer um balanço dos homicídios.
Durante o evento, o sociólogo destacou a questão racial nos índices de mortalidade, além da importância de implantar políticas públicas voltadas para o segmento. “Jovens negros tem 2,5 vezes mais chances de morrer do que um branco”, afirmou.
Júlio ressaltou, ainda, a importância do Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003) na redução das mortes com AF. “Arma de fogo tem um único objetivo, que é matar. O objeto funciona como um fator incentivador”, acrescenta.
A ocasião também foi propícia para comparar a evolução dos dados entre os anos 1980 e 2012. Segundo o pesquisador, houve crescimento de 556,6% dos homicídios por arma de fogo (655,5% jovens). No total, 880.386 pessoas foram vítimas, sendo 497.570 jovens.
A divulgação do Mapa da Violência 2015 é resultado de parceria entre a Secretaria Geral da Presidência da República (SG/PR); Secretaria Nacional de Juventude (SNJ/PR); Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR/PR); Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil; e Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO).
Participaram do evento o gerente de projetos Lindivaldo Leite Júnior, da SEPPIR; o secretário nacional de Juventude, Gabriel Medina; adiretora da FLACSO Brasil, Salete Valesan; a diretora da Área Programática da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto; Angelica Goulart, secretária nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente da SDH; a secretária nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (MJ), Regina Miki; o diretor executivo do Instituto Sou da Paz, Ivan Marques; e o deputado federal Alessandro Molon (PT/RJ).
Plano Juventude Viva
Implantado em 2012 pelo Governo Federal, o Juventude Viva tem por objetivo prevenir a violência física e simbólica que incide sobre jovens de 15 a 29 anos em situação de vulnerabilidade, grupo formado, em sua maioria, por indivíduos negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos. Neste segmento, constatou-se que os homicídios são a principal causa de morte.
Resultado da articulação entre 11 ministérios, o Plano é coordenado pela SEPPIR em parceria com a SNJ. As ações incluem estratégias de prevenção à violência que, além da oferta de serviços, buscam ampliar acesso aos programas federais em áreas como educação, praças de esporte, economia solidária e formação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário