Quatorze
comunidades remanescentes de quilombos foram certificadas emergencialmente em
cinco estados: Alagoas, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais e Pernambuco. O
reconhecimento pela Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) foi oficializado na
edição do Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (7).
De acordo
com Alexandro Reis, diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio
Afro-Brasileiro da FCP, a emergência se deu pelo fato de alguns dos quilombos
terem sido identificados por empreendedores durante as intervenções. Em outros
casos, as comunidades estão com seus processos de titulação avançados no
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e dependendo apenas
do reconhecimento pela FCP. “Entre as comunidades estão, ainda, as que aguardavam
a certificação desde as últimas visitas técnicas realizadas em 2014″, disse.
Proteção internacional – No caso dos grandes
empreendimentos, a certificação emergencial sobre uma comunidade quilombola é
realizada para evitar atrasos no andamento da obra. De acordo com as
determinações da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
as comunidades tradicionais indígenas e quilombolas devem ser informadas e
consultadas quanto aos impactos sobre seu território e as interferências diretas
na cultura e no seu desenvolvimento socioeconômico.
No estado
do Maranhão, a empreendedora Vale cumpre as exigências legais do processo de
Licenciamento Ambiental (LA), que lhe garante o direito à duplicação da Estrada
de Ferro Carajás, impactando a 15 comunidades quilombolas. Entre as comunidades
certificadas nesta terça-feira, estão seis localizadas no município de
Itapecuru Mirim. A medida emergencial garantirá às populações desses quilombos
o direito de consulta caso se encontrem em área de abrangência das obras.
Nesse
sentido, a Fundação Palmares se prepara para informar à Vale das certificações
e solicitar da empreendedora informações sobre as distâncias entre cada
comunidade e a obra de duplicação da Estrada de Ferro Carajás. Somente assim,
poderão ser realizados os estudos de impactos sobre os territórios e
arquitetadas as medidas de mitigação de impactos necessárias à cada caso.
Confira
as comunidades certificadas nesta terça-feira (7):
·
Alto da
Boa Vista, município Olho D’agua do Casado/AL;
·
Comunidade
Porto Grande, Conceição da Barra/ES;
·
Comunidade
Córrego do Alexandre, Conceição da Barra/ES;
·
Comunidade
Puraquê, Codó/MA;
·
Comunidade
Três Irmãos, Queimadas e Montabarro , Codó/MA;
·
Comunidade
Povoado Cachoeira, Itapecuru Mirim/MA;
·
Comunidade
Magnificat/Barriguda, Itapecuru Mirim/MA;
·
Comunidade
Campo Rio, Itapecuru Mirim/MA;
·
Comunidade
Povoado de Pulgão, Itapecuru Mirim/MA;
·
Comunidade
Dois Mil, Itapecuru Mirim/MA;
·
Comunidade
São Bento, Itapecuru Mirim/MA;
·
Comunidade
Córrego Narciso do Meio, Araçuai/MG;
·
Comunidade
Alto da Luanda, Serra Talhada/PE;
·
Comunidade
Severo, Sertânia/PE.
Confira a
publicação no Diário Oficial da União.
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