Denise Porfírio
Foi prorrogado até 21 de agosto o prazo
para as inscrições na 2ª edição do Prêmio Nacional Jornalista Abdias
Nascimento. A ação que presta uma homenagem ao ex-senador e um dos
ícones do combate ao racismo no Brasil, tem por objetivo reconhecer a
produção de conteúdos jornalísticos alinhados ao propósito de prevenção,
combate e eliminação de todas as formas de manifestação do racismo e
discriminação racial e incentivar a discussão de medidas de combate às
desigualdades raciais no Brasil.
Lançado em 2011, o Prêmio é uma
iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio)
e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de
Janeiro (SJPMRJ), e conta com o apoio das demais Cojiras que atuam nos
sindicatos dos jornalistas de três estados brasileiros (SP, AL e PB) e
do Distrito Federal, além do Núcleo de Comunicadores Afro-brasileiros e
da Diretoria de Relações de Gênero e Promoção da Igualdade Racial.
O Retrato do negro na mídia -
A iniciativa organizada pela sociedade civil representa uma nova etapa
do enfrentamento do racismo com foco na inserção e no reconhecimento da
temática negra na mídia brasileira. A intenção é estimular a cobertura
jornalística qualificada sobre temas relacionados à população negra e
incentivar medidas de combate às desigualdades socioeconômicas em função
da raça no Brasil.
Podem se inscrever autores de matérias
ou reportagens em língua portuguesa publicadas e/ou veiculadas, em
primeira edição, nos meios de comunicação de todas as regiões do país.
Os candidatos poderão se inscrever nas categorias: mídia impressa,
televisão, rádio, mídia interativa ou comunitária, internet, fotografia e
especial de gênero jornalista Antonieta de Barros. Só poderão
participar jornalistas que possuam registro profissional. O vencedor de
cada categoria receberá um prêmio no valor de R$ 5 mil reais.
Os temas das reportagens inscritas podem
serão pautados pelas seguintes questões negras brasileiras: Mercado de
Trabalho, Desenvolvimento Sustentável, Saúde da População Negra,
Juventude Negra, Ações Afirmativas, Intolerância Religiosa,
Desigualdades, Políticas Públicas, Relações Raciais, Empreendedorismo,
Populações/Comunidades Tradicionais, Direitos Humanos, Espaços de Poder,
Discriminação Racial, Movimentos Sociais (Movimento Negro e Movimento
de Mulheres Negras).
Luta por Igualdade - O
legado de Abdias Nascimento, falecido aos 97 anos em 2011, inspira e
promove a existência deste Prêmio. Este ativista histórico dos Direitos
Humanos foi jornalista (cujo registro profissional no SJPMRJ é datado de
1947) e atuou como profissional no impresso Diário Trabalhista, além de
ter fundado o jornal Quilombo.
Eloi Ferreira de Araujo, presidente da
Fundação Cultural Palmares acredita que esta iniciativa da Cojira dará
segmento ao legado de Abdias Nascimento. “Um homem para além de seu
tempo, que reuniu tantas qualidades que enchem de orgulho a comunidade
negra e não negra do Brasil e do mundo”, afirma. “Esse prêmio se
constitui no reconhecimento da contribuição de Abdias para a construção
de uma sociedade sem racismo e sem preconceitos”, conclui.
Cerimônia - A cerimônia
de entrega do Prêmio será realizada em novembro de 2012, no Rio de
Janeiro. O troféu teve sua concepção inspirada na personalidade de
Abdias Nascimento e nas realizações que este ícone no combate ao racismo
fez ao longo da vida no teatro, na política e na militância. Segundo, a
designer Maria Julia Ferreira, a circunferência na base do troféu
representa o mundo e a figura faz menção à luta de Abdias por um futuro
de oportunidades, onde todos e todas tenham acesso.
http://premioabdiasnascimento.org.br/
Trofeu Abdias Nascimento
A pressão dos movimentos sociais negros
por políticas públicas para a promoção da igualdade de oportunidades e
da equidade no acesso aos direitos têm provocado mudanças em alguns
setores da mídia. O não reconhecimento das demandas específicas da
população negra, o uso frequente de estereótipos, a ausência de imagens
positivas e a pouca produção de notícias com foco na temática racial são
alguns dos desafios que a imprensa brasileira precisa enfrentar.
Para Elisa Larkin Nascimento,
companheira de vida e de luta do ativista e também diretora do Instituto
de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), o prêmio é o melhor
instrumento para incentivar e promover novas possibilidades de produção e
afirmação da cultura negra no jornalismo.
Ipeafro
Elisa Larkin, diretora da Ipeafro
Para concorrer nesta 2ª edição, os
jornalistas devem submeter seus trabalhos até o dia 31 de julho de
2012. O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis no site www.premioabdiasnascimento.org.br
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