O estudo encomendado pelo sindicato dos professores aponta ainda que muitos docentes têm medo de represálias ao denunciar a violência
Uma pesquisa encomendada pelo Sindicato dos Professores
do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) aponta que 44% dos
professores entrevistados já sofreram algum tipo de violência em suas
escolas. A mais comum é a agressão verbal, relatada por 39% da
categoria. O assédio moral chega a 10% enquanto os casos de agressão
física atingiram 5% da categoria.
O bullyning foi citado por 6% dos professores, enquanto
5% passaram por discriminação ou foram furtados. A pesquisa, feita pelo
instituto Data Popular entre 18 de janeiro e 5 de março, foi divulgada
nesta quinta-feira. Foram ouvidos 1,4 mil professores em 167 cidades do
Estado de São Paulo.
De acordo com Renato Meirelles, do Data Popular, durante
a pesquisa foi possível pode perceber que muitos professores têm medo
de retaliação ao comunicar a violência sofrida. "A maioria dos
professores relatam à direção, mas o ambiente de violência é tão
presente nas escolas que acaba ficando por isso mesmo, por medo de uma
violência ainda maior. Encontramos professores que têm medo de
retaliação a fazer a denúncia. Precisamos criar um ambiente em que o
agressor não seja visto como um ídolo", disse ele.
De acordo com a pesquisa, os casos de violência mais
presenciados pelos professores em suas escolas são os de brigas entre
alunos (72%), presenciar alunos se ameaçando (57%), ser ameaçado por
algum aluno (35%), ter algum bem pessoal danificado por algum aluno
(35%).
Também é comum presenciar alunos sob efeito de drogas
(42%), tráfico de drogas (29%), alunos sob o efeito de bebidas
alcoólicas (29%), ter conhecimento de gangues (21%), alunos portando
armas brancas (15%) e alunos portando armas de fogo (3%).
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