Bom dia a todos/as,
Em solenidade de Imissão de Posse do Quilombo Acauã, poço
Branco no RN, eu e
Uirandê Poranga representamos Setorial de Combate ao Racismo do Partido
dos Trabalhadores no RN e a Secretaria Nacional Combate Racismo gestão Cida
Abreu e a Direção Estadual, gestão Eraldo Paiva.
Foi um momento muito emocionante para nós, pois, vimos a emoção e
ouvimos os depoimentos de pessoas que estavam quase desacreditadas em continuar sonhando
com a posse de suas terras. Este momento trouxe a afirmação da continuidade da
luta e harmonia entre todos os atores deste processo que não se resume em
sonhos dos negros/as de Acauã e sim aos demais parceiros.
O
Deputado Estadual Fernando Mineiro, autor da LEI Nº 9.104, de 09 de junho de
2008, Reconhece a propriedade definitiva das terras ocupadas por remanescentes
das comunidades dos Quilombos, em atendimento ao artigo 68 do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal e parceiro do
Movimento Negro, foi representado por Rivailton Santana que saudou a todos/as
pela conquista e reafirmou a parceria do Mandato com os Movimentos Sociais.
Esta
conquista reafirma a nova concepção de políticas públicas do Governo
Federal e das Instituições INCRA, SEPPIR, Fundação Palmares entre outras que
não poupam esforços para que as Políticas da Promoção da Igualdade Racial
possam de fato chegar aos negros/as, bem como, a sociedade em geral.
É necessário entender que essas políticas e ações
são frutos de debates e interlocuções entre Movimentos Sociais, Partido dos
Trabalhadores e Governo Federal, ontem, com o Governo do Presidente Lula e hoje
com a Presidenta Dilma que reflete nas Gestões Estaduais e Municipais do
Partido, bem como, a permanente parceria ao longo de sua história através das
ações dos seus parlamentares em todos os níveis e aqui no RN, o Deputado
Fernando Mineiro e a Deputada Fátima Bezerra e que atualmente poderemos
fortalecer esta rede com o diálogo entre os nossos 63 vereadores/as, 09
vice-prefeitos/as e 06 prefeitos/as sendo o desejo da Secretaria Estadual de
Combate ao Racismo do PT/RN em busca da efetivação das Políticas de Promoção da
Igualdade Racial. Outro exemplo que tenho orgulho em citar é a Gestão
Quilombola em Santa Luzia do Norte/AL com a eleição em 2012 do Petista João
Pereira da Silva, primeiro Prefeito Quilombola que se tem notícias até agora.
É assim que em nome da Secretaria Estadual de
Combate ao Racismo do PT/RN conclamo a todos/as Petistas para a luta contra o
Racismo e efetivação das Políticas Públicas “porque
nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos”.
Ludjanio R. da Silva
Secretário Estadual
Combate Racismo PT/RN
Quilombolas: Incra no Rio Grande do Norte despropria terras da comunidade Acauã
A
Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) no Rio Grande do Norte dá mais um passo para titular o segundo
território remanescente de quilombo no Estado. A Instituição
agráriarecebe a posse dos imóveis que compõem o território quilombola de
Acauã, em Poço Branco, na região do Território da Cidadania do Mato
Grande. A solenidade está agendada para a próxima terça-feira (23), na
sede da comunidade, às 9h.
O ato de imissão de posse de Acauã torna oficialmente o imóvel como propriedade da União (e, consequentemente, do Incra). Este é o último passo para a entrega do título de reconhecimento de domínio coletivo da terra às 57 famílias moradoras daquela comunidade, dentro do processo de regularização fundiária. O superintendente regional do Incra/RN, Valmir Alves, o procurador federal, Adriano Villaça, além de oficiais de justiça, representantes de movimento negro e dos moradores da comunidade estarão presentes no ato.
A comunidade de Acauã, que tem cerca de 540 hectares, se definiu como comunidade remanescente de quilombo em 2004.
Neste ano, o Incra abriu processo com
fins de demarcação e titulação das terras ocupadas pelos seus moradores.
Ainda dentro do processo, foi feito Relatório Técnico de Identificação e
Delimitação (RTID), documento composto pelo relatório antropológico,
cadastro das famílias quilombolas, levantamento fundiário da região,
planta e memorial descritivo do território.
Em 2008, o Incra publicou portaria de reconhecimento dos Territórios Quilombolas, mesmo ano em que a Presidência da República decretou a desapropriação da área por interesse público e para fins sociais de reforma agrária. Também foi feita a avaliação do imóvel.
história
A maior parte das famílias que vivem na
comunidade de Acauã foi atingida pela construção da barragem de Poço
Branco, iniciada no fim da década de 1950 e completada em 1969. A antiga
cidade de Poço Branco foi inundada bem como povoados e comunidades
rurais situadas à beira do rio, tal como a antiga Acauã. Suas famílias
foram removidas e criaram novos lugares, dentre eles, a atual sede
municipal e a atual Acauã. Segundo a história oral, aquela área teria
sido descoberta no passado por José Acauã, um escravo fugido de outras
terras. As versões deste momento originário envolvem a chegada dos
antepassados das atuais famílias de Acauã.
A memória genealógica reporta-se às três
irmãs da família Santana, sendo que duas casaram com José Gomes e
Sebastião Rodrigues, iniciando, assim, uma rede de relações de
parentesco e de aliança. Uma das três irmãs, Catarina Santana, teria
praticamente nomeado a família que se segue e se ramifica densamente até
hoje: a família Catarino. Todas estas famílias descendentes de
ex-escravos viviam como agricultores. Grande parte dos seus descendentes
ainda continua como trabalhadores rurais.
quilombola
quilombola
Acauã é a segunda comunidade quilombola
que o Incra recebe a posse para regularização coletiva das terras em
nome dos moradores. A primeira foi Jatubá, em Patu, no final do ano
passado. No Rio Grande do Norte existem cerca de 60 comunidades
remanescentes de quilombos, de acordo com estudo da Fundação Palmares.
Destas, 20 se reconheceram como tal. Atualmete 17 comunidades
encontram-se com ação em tramitação no Incra/RN com processo de
reconhecimento, demarcação e regularização de áreas quilombolas.
Além das duas já citadas, outra três áreas encontram-se com o processo mais avançado. São elas as comunidades de Boa Vista dos Negros (Parelhas), Capoeiras (Macaíba) e Aroeiras (Pedro Avelino). As comunidades de Nova Descoberta (Ielmo Marinho), Pavilhão e Sítio Grossos (Bom Jesus) receberam a equipe de antropólogos e tiveram seus relatórios finalizados. Em Macabira (Lagoa Nova), o processo também está avançado. No entanto, naquela área existem pendências judiciais. Nos próximos dias, o Incra deverá recorrer à justiça federal para dar continuidade ao processo em Macambira.
Além das duas já citadas, outra três áreas encontram-se com o processo mais avançado. São elas as comunidades de Boa Vista dos Negros (Parelhas), Capoeiras (Macaíba) e Aroeiras (Pedro Avelino). As comunidades de Nova Descoberta (Ielmo Marinho), Pavilhão e Sítio Grossos (Bom Jesus) receberam a equipe de antropólogos e tiveram seus relatórios finalizados. Em Macabira (Lagoa Nova), o processo também está avançado. No entanto, naquela área existem pendências judiciais. Nos próximos dias, o Incra deverá recorrer à justiça federal para dar continuidade ao processo em Macambira.
lei
O Instituto agrário é responsável pelo
reconhecimento, demarcação e regularização de áreas remanescentes de
quilombos no País. A ação se desenvolve da seguinte forma: as
comunidades quilombolas se autodefinem a partir das relações com a
terra, o parentesco, o território, a ancestralidade, as tradições e
práticas culturais próprias. Estima-se que em todo o País existam mais
de três mil comunidades quilombolas.
O Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o artigo 68, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A partir do Decreto 4.883/03 ficou transferida do Ministério da Cultura para o Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA)/Incra a competência para a delimitação das terras dos remanescentes das comunidades dos quilombos, bem como a determinação de suas demarcações e titulações.
Em 12 de março de 2004, o Governo Federal lançou o Programa Brasil Quilombola (PBQ) como uma política de Estado para as áreas remanescentes de quilombos. O PBQ abrange um conjunto de ações inseridas nos diversos órgãos governamentais, com suas respectivas previsões de recursos, bem como as responsabilidades de cada órgão e prazos de execução.
O Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o artigo 68, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A partir do Decreto 4.883/03 ficou transferida do Ministério da Cultura para o Ministério do Desenvolvimento Agrário(MDA)/Incra a competência para a delimitação das terras dos remanescentes das comunidades dos quilombos, bem como a determinação de suas demarcações e titulações.
Em 12 de março de 2004, o Governo Federal lançou o Programa Brasil Quilombola (PBQ) como uma política de Estado para as áreas remanescentes de quilombos. O PBQ abrange um conjunto de ações inseridas nos diversos órgãos governamentais, com suas respectivas previsões de recursos, bem como as responsabilidades de cada órgão e prazos de execução.
autodefinição
É a própria comunidade que se
autoreconhece "remanescente de quilombo". O amparo legal é dado pela
Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho, cujas
determinações foram incorporadas à legislação brasileira pelo Decreto
Legislativo 143/2002 e Decreto Nº 5.051/2004. Cabe à Fundação Cultural
Palmares emitir uma certidão sobre essa autodefinição. Para acessar a
política de regularização de territórios quilombolas, as comunidades
devem encaminhar uma declaração na qual se identificam enquanto
comunidade remanescente de quilombo à Fundação Cultural Palmares, que
expedirá uma Certidão de Autoreconhecimento em nome da mesma.
Fonte:
http://www.incra.gov.br/index.
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